No espetáculo da vida, os amigos e a plateia até se misturam, mas não são a mesma coisa.
Verso como antigamente
com tinta vermelha pura,
com textura de hip hop com jazz.
Percorre, escorre
das linhas da gente.
Tem ente que não lê.
As letras ansiosas de primeiro beijo
a caneta embaçada de madrugadas
nem as aventuras (extra)ordinárias
Não faz questão
afirmação
pontuação.
Descobri quem bem me quer só
como plateia de autoestima só
como puta de risadas.
Quanto vale o show de piadas?
Quanto tempo vale sua presença, ausência?
Eu só senti
quando a cortina foi fechada. Eu só
ouvi silêncios de tanto faz
de amigos a (des)conhecidos a distância.
Tantas poderiam ter sido.
Adeus sem partida.
Poesia sem batida.
Olhos salgados. Saudade?
Insônia e ressaca tem o mesmo amante,
mas não use seu nome em vão.
ele já foi muito desvalorizado pela repetição.
Luto que não se apaga, escreve-se.
No precipício dos desejos capitais,
sussurram pra eu dar um passo a mais
e depois gritam que arrisco demais.
Risco cin-za
para quem já foi fogo de madrugada,
mas também encontrei quem é corda.
Pedro, acorda, me escuta
você cria projetos, não desculpas.
Lute pelas palavras que você ama dizer
mas lembre-se, elas também devem ser ditas pra você.
Nos afinais
valorizar-te a ti mesmo
foi desligar os aparelhos de relações terminais
porque minhas conversas eram esquizofrenias.
Foi botar fogo em portos de felicidades
vazias, para navegar em novas linhas.
Sintonias.